terça-feira, novembro 04, 2008

O QUE ME OCOORE AO FIM DE DUAS DÉCADAS...

Lamento tudo que se está a passar no rio que crias-te para os teus dias, no equívoco de vida em que nos obrigamos a estar.

Digo crias-te ? Sim crias-te, porque enquanto não percebermos que somos responsáveis pela nossa própria realidade, dificilmente nos livramos dela.

Falas na cinderela e no Pai Natal ? Não duvides da sua existência ! Eles existem, mas como todos os axiomas do ego, continuas a procurá-los fora algures por ai quando na realidade eles estão e sempre estiveram dentro de ti.

Insisto, criamos a nossa própria realidade. Provavelmente não é isto que queres escutar nesta hora de embaraço em que a vida te envolve.

Em 20 anos muita coisa, muitas vidas se enquadraram no inevitável dos dias.

Chorei, ri, amei, morri, renasci, tentei e tentei.

Esgotei em mim o eterno de ser no viver do meu próprio incómodo : mas sobrevivi,para que hoje VIVA com toda a intenção dos meus poros na adversidade que no fizeram entender deste éfemero de tempo.

Repito : Há muita coisa que não sabes. É bom que assim fique.

Muitas noites dormi no ombral da tua porta de um apartamento de um prédio pálido de Linda Velha sem saberes que metade da chuva que caia eram lágrimas minhas.

Repito : dei-te uma vida. Uma vida exacta e incoerente como sempre quiseste.Certa e inequivoca como um relógio suiço.

Escrevi e fui herói, fui bandido e esacarado mas sobrevevi e nunca deixei entender o significado da paixão e da intensidade de um ideal.

Não me vou alongar por aqui, muito provavelmente escreverei um dia um romance que evito na autobiografia que sempre evitei, escrevendo em cirugia de minúcia a históriia dos outros.

Não te recuso ajuda, e não é altura para te falar do que não seja o teu restabelecimento, deixo-te estas palavras que o tempo te fez esquecer e fizeram de mim o ser que te escreve.
Porque sim, a serenidade e o entender da existência encontra-se nas palavras simples de homens simples porque só elas se tornam grandes :




Obrigado Mestre

Caros Escoteiros
" Se já vistes a peça do Peter Pan, haveis de recordar-vos de como o chefe pirata estava sempre a fazer o seu discurso de despedida, porque receava que, quando lhe chegasse a hora de morrer, talvez não tivesse tempo de o fazer. Acontece-me uma coisa muito parecida e por isso, embora não esteja precisamente a morrer, morrerei qualquer dia e quero deixar-vos uma palavra de despedida.
Lembrai-vos que é aúltima palavra que vos dirijo, por isso meditai-a.
Passei uma vida felicissima e desejo que cada um de vós seja igualmente feliz.

Creio que Deus nos colocou neste mundo encantador para sermos felizes e apreciarmos a vida. A felicidade não vem da riqueza nem simplesmente do êxito de uma carreira nem dos prazeres mundanos.Um passo para a felicidade é serdes saudáveis e fortes enquanto fordes rapazes para poderdes ser úteis e gozar a vida enquanto fordes homens.

O estudo da natureza mostrar-vos-á as coisas belas e maravilhosas com que Deus encheu o mundo para vosso deleite. Contentai-vos com o que tendes e tirai dele o maior proveito que puderdes. Vede sempre o lado melhor das coisas e não o pior.

Mas o melhor meio para alcançar a feliciade é contribuir para a felicidade dos outros.PROCURAI DEIXAR O MUNDO UM POUCO MELHOR DO QUE O ENCONTRASTES, e quando chegar a vossa vez de vos despedires, não desperdiçastes o vosso tempo e fizeste todo o possível por praticar o bem.

Estai preparados desta maneira para viver e morrer felizes, apegai-vos sempre à vossa promessa escotista mesmos depois de já não serem jovens, pois uma vez escoteiro, sempre escoteiro rapazes, e Deus vos ajude a cumpri-la.

O vosso amigo Robert Srephenson Smith Baden Powell


Um beijo Paulo