quarta-feira, junho 06, 2007

Demasiado


Em demasia sentimos
as indomáveis feridas

melhor seria no sentir avassalado
inventar o que não sentimos
como trote de cavalo alado
em manto de pétalas púrpuras

Tanta viagem cumprida
volteando os pináculos do tempo
no desejo, destino ou sorte
neste sangrar de coragem assumida
não querendo, não sabendo do advento
que escolherá por morte a vida

Em tanto me absorvo
com tão pouco me contenho
dos filmes que vimos juntos
em todos chorei, em nenhum me comovo
o arrepio solene que desdenho
na eterna solidão dos conjuntos

Vida cerrada, como dentes de raiva
sofrego constante, perpétuo instante
matéria nefasta, intensa do ser
doce é o sabor da ilusão
no desejo de um amor distante
que em nós vive sem saber

Morrem instantes de ideais
como nasce uma nova canção
o desalinho dos corpos enleados
emm loucos festins, perpétuos carnavais
desejos liquidos no esquecer da demora
de corpos completos e olhos lavados

Estejas quieta ou mundana
está na presciência de saberes
nada muda ou avança
tudo é ilusão
tudo se repete
com outra cor..........

p.g

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