sábado, maio 19, 2007

Sem nome ainda 2

Mas volto. Tenho que voltar a Lisboa, por muito que este sado me faça existir. Ou pelo menos não me faça desistir.
Uma noite pálida de Abril fez por agora um ano. E tu ! No semblante frágil e franzino da tua existência na quietude deste mesmo sítio depois de tantas guerras e improprérios em que quase nos dilaceramos para sempre.
Existe do outro lado da cortina da rotina dos momentos, um espaço indelével em que perturbamos a agenda e inventamos o esquecimento!
Como se pudessemos esquecer;
Quem nos ensina a esquecer?
Creio que existem duas coisas em que o homem como género masculino ainda não conseguiu superar Deus : ter um filho pela própria barriga e esquecer com facilidade aquilo que amou e lhe ficou tatuado por dentro do peito.... sim, porque a mulher neste campo está em sintonia com o criador : Ter filhos é a sua virtude e esquecer rapidamente, uma das suas essências.
Mas agora não quero lembrar isso.
Quero virar costas a este rio de palha e voltar à vida que me calhou; aquela que me foi possível e onde estás sempre como força benigna para continuar e passar pelo tormento rápido dos dias em que nunca estarás.
Mas deixa recordar mais um pouco ! Não, não quero não devo, é impróprio para a necessidade da minha pacificação.
Mas inevitável. A tua saia verde de pregas sempre aprumadas que te devolvia o ar feminino que a tua rigidez defensiva dos dias não deixava viver. Estava frio, coloquei-te uma camisola sobre esses ombros de botticelli que sempre imaginei feitos por encomenda de um Rei !
Nunca te tinha dito ? Pois ficas a saber agora através deste meu pensar inventado em que lembro sem querer lembrar. Mas tenho de ir-me agora. Lisboa espera-me, e tenho laços e limites que não me prendem tanto como aqueles que crias-te em mim, mas são necessários nesta urbanismo inventado em que nos imaginamos homens.Quem sabe volte á direita para o Sul, e deite fora a vida e este meu exgerado grau de responsabilidade que me implantaram na juventude e religiosamente me consome e me torna cinzento. Quem sabe ! O Sul nunca mente. Depois voltarei aqui, a este canto da memória para recordar o teu tempo que tambêm já foi meu. Sul ? Talvez.
O Sul nunca mente.

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